terça-feira, 21 de julho de 2009

Se é assim no Verão

Quem por estes dias chega ao aeroporto João Paulo II, em Ponta Delgada, percebe perfeitamente que por ali não há vírus que entre. Uma equipa fortemente protegida e equipada vela para que o famigerado H1N1 (vírus da gripe A) não tenha a mais pequena hipótese de sucesso junto das açorianas e dos açorianos. Também os turistas e as turistas (só para não me acusarem de sexista) se devem sentir seguros embora, tal como os autóctones, olhem com um ar de pasmo para o aparato instalado, ao que julgo, pelo Serviço Regional de Saúde na sua luta sem tréguas a esta estirpe do vírus da gripe.
Se isto é assim no Verão como será no Inverno!
A preocupação é legítima, as medidas preventivas são mais eficazes que o “tamiflu” mas… Não me parece que esta seja a estratégia mais adequada no combate à disseminação da linhagem A do vírus “influenza”, aliás a pandemia da gripe A é já um dado adquirido. A facilidade com que o vírus se propaga aliada à enorme circulação, nacional, transnacional e transcontinental, de pessoas retirou às autoridades de saúde qualquer hipótese de manter o vírus confinado a uma área geográfica.
A informação e a disponibilização de meios de tratamento é, sem alarmismos, o caminho a seguir, como acontece com outras viroses provocadas pelo “influenza” e que anualmente atingem milhões de pessoas em todo o Mundo.
A imagem da equipa de saúde que se encontra no aeroporto de Ponta Delgada não transmite nenhum sentimento de segurança, bem pelo contrário o desconforto e o alarmismo instalam-se nos viajantes o que, na minha humilde opinião, não contribui em nada para atingir a finalidade pretendida pelo Serviço Regional de Saúde que só poderá ser, julgo eu, a de informar os cidadãos.
Enquanto permaneci na sala de desembarque ninguém se abeirou do local onde as duas técnicas, de uniforme hospitalar ao qual não faltava a respectiva máscara, tinham instalado o aparato de apoio à sua função. E, o contrário também não aconteceu, ou seja, os passageiros recém-chegados não foram abordados pela equipa de saúde.
Fiquei assim sem perceber o que faziam ali aquelas duas “almas de Cristo” com um ar infeliz e, a transmitir uma imagem terceiro-mundista com um décor vanguardista.
Aníbal C. Pires, In Açoriano Oriental, 20 de Julho de 2009, Ponta Delgada

1 comentário:

Maria Margarida Silva disse...

Situações ridículas como esta só vêm corroborar, mais uma vez, a política de fachada deste Governo.

“O exagero é sempre a exageração de algo que não o é.”
Ortega y Gasset , José
Beijinhos.
margarida