Os sacrifícios pedidos em nome da contenção da despesa pública, tendo em vista o cumprimento do Pacto de Estabilidade e Crescimento, de nada valeram quando os escândalos financeiros emergiram. A falta de disponibilidade monetária onde se fundavam os argumentos que justificaram o congelamento de tempo de serviço aos servidores públicos, a contínua desvalorização dos salários e os ridículos aumentos do salário mínimo nacional, esboroaram-se com a súbita disponibilidade para injectar capital público nas empresas financeiras. Nacionalizaram-se os passivos mantendo os activos na esfera privada. Ou, de uma forma pragmática, nacionaliza-se o prejuízo e privatiza-se o lucro.
No País e na Região o sector produtivo (aquele que cria riqueza) foi vendido por fundos estruturais e de coesão que nos permitiram, é certo, convergir mais rapidamente do interior (não tanto das ilhas) para Lisboa pelo mediadores da adesão de Portugal à então Comunidade Económica Europeia e na forma como negociaram o papel que o nosso país teria no quadro económico do “Mercado Comum”. A rede de auto estradas está aí para o demonstrar, hoje chega-se da Covilhã a Lisboa em pouco mais de 2h, o que não é nada comparado com o tempo e o modo como José Sócrates lá chegou mas isso são outras estórias, enquanto a agora denominada economia real foi sendo desmantelada. Nada disto é novidade para os portugueses pois em devido tempo houve quem tivesse alertado para os perigos de uma adesão eurocêntrica e sem condições de salvaguarda do sector produtivo nacional.
A responsabilidade não se fica só pelos “pioneiros” mediadores da adesão de Portugal à União Europeia, a responsabilidade é continuada por todos quantos têm negociado e “defendido” os interesses nacionais no processo de integração e construção europeia. Como não pretendo fazer história dou um exemplo bem recente que consubstancia o que tenho vindo a afirmar e que afecta sobremaneira os Açores e a base da sua economia.
O Ministro da Agricultura negociou, em nome de Portugal, o regime do fim das quotas de produção de leite e aceitou um preço. Os Açores, como sabemos, produzem cerca de 1/3 do leite nacional o que não é despiciente para o País e é demasiado importante para a Região para que, fosse qual fosse o preço, o Ministro da Agricultura fechasse o negócio.
Nos Açores, o governo regional, está satisfeito ou pelo menos parece. No sector há muita apreensão e, sobretudo, um sentimento de grande desalento depois de anos de investimento patrocinado por quem, agora, aceita de joelhos aquilo que pode muito bem representar uma grave crise social e económica com contornos e especificidades regionais.
A agro-pecuária açoriana, em particular a fileira do leite, sofre tal como outros sectores da actividade económica regional os efeitos da crise internacional. A contínua descida do preço do leite à produção supostamente imposta pelo mercado está a deixar os empresários agrícolas à beira de um ataque de nervos. Urge tomar medidas que garantam o preço do leite à produção. Dir-me-ão que isso é proteccionismo. Talvez! E depois.
A aquisição de cerca de 400 casas, pelo governo regional, para revitalizar o mercado imobiliário chama-se o quê?
No País e na Região o sector produtivo (aquele que cria riqueza) foi vendido por fundos estruturais e de coesão que nos permitiram, é certo, convergir mais rapidamente do interior (não tanto das ilhas) para Lisboa pelo mediadores da adesão de Portugal à então Comunidade Económica Europeia e na forma como negociaram o papel que o nosso país teria no quadro económico do “Mercado Comum”. A rede de auto estradas está aí para o demonstrar, hoje chega-se da Covilhã a Lisboa em pouco mais de 2h, o que não é nada comparado com o tempo e o modo como José Sócrates lá chegou mas isso são outras estórias, enquanto a agora denominada economia real foi sendo desmantelada. Nada disto é novidade para os portugueses pois em devido tempo houve quem tivesse alertado para os perigos de uma adesão eurocêntrica e sem condições de salvaguarda do sector produtivo nacional.
A responsabilidade não se fica só pelos “pioneiros” mediadores da adesão de Portugal à União Europeia, a responsabilidade é continuada por todos quantos têm negociado e “defendido” os interesses nacionais no processo de integração e construção europeia. Como não pretendo fazer história dou um exemplo bem recente que consubstancia o que tenho vindo a afirmar e que afecta sobremaneira os Açores e a base da sua economia.
O Ministro da Agricultura negociou, em nome de Portugal, o regime do fim das quotas de produção de leite e aceitou um preço. Os Açores, como sabemos, produzem cerca de 1/3 do leite nacional o que não é despiciente para o País e é demasiado importante para a Região para que, fosse qual fosse o preço, o Ministro da Agricultura fechasse o negócio.
Nos Açores, o governo regional, está satisfeito ou pelo menos parece. No sector há muita apreensão e, sobretudo, um sentimento de grande desalento depois de anos de investimento patrocinado por quem, agora, aceita de joelhos aquilo que pode muito bem representar uma grave crise social e económica com contornos e especificidades regionais.
A agro-pecuária açoriana, em particular a fileira do leite, sofre tal como outros sectores da actividade económica regional os efeitos da crise internacional. A contínua descida do preço do leite à produção supostamente imposta pelo mercado está a deixar os empresários agrícolas à beira de um ataque de nervos. Urge tomar medidas que garantam o preço do leite à produção. Dir-me-ão que isso é proteccionismo. Talvez! E depois.
A aquisição de cerca de 400 casas, pelo governo regional, para revitalizar o mercado imobiliário chama-se o quê?
Aníbal C. Pires, In Expresso das Nove, 31 de Julho de 2009, Ponta Delgada
1 comentário:
Isaltino Morais: 7 anos de prisão. Finalmente fez-se justiça! Vejam algumas comparações no blogue O Flamingo.
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