No período de grave crise social e económica que se seguiu à Primeira Guerra Mundial (1914-1918) os trabalhadores portugueses encetaram uma vaga de lutas reivindicativas face ao agravamento das condições de vida caracterizada pelo aumento dos preços e do desemprego. No auge desse movimento de luta foi conseguida uma histórica vitória: a jornada de 8 horas de trabalho. Triunfo posto em causa já no século XXI pelo Código Laboral que se encontra em vigor e resultado da política de direita que o PS de José Sócrates tem protagonizado.
Em Setembro de 1919, as organizações sindicais deram um novo passo para o reforço da sua unidade de acção, criando a CGT – Confederação Geral do Trabalho, que rapidamente reuniria 100 000 membros.
A partir de Novembro de 1920, realizaram-se várias reuniões nas sedes de alguns sindicatos, com o intuito de se construir uma vanguarda revolucionária da classe operária portuguesa. No mês seguinte, reuniu-se uma Comissão Organizadora dos trabalhos para a criação do Partido Comunista Português, que iniciou, em Janeiro de 1921, a elaboração das bases orgânicas da nova formação política.
A 6 de Março de 1921, na sede da Associação dos Empregados de Escritório, em Lisboa, realiza-se a Assembleia que criou o Partido Comunista Português e elegeu a sua primeira Direcção política.
De modo diverso ao que ocorrera na generalidade dos países europeus, o Partido Comunista Português não se formou a partir de uma cisão no Partido Socialista, mas ergueu-se, essencialmente, com militantes saídos das fileiras do sindicalismo revolucionário e do anarco-sindicalismo.
É nesta fase embrionária da vida orgânica dos comunistas que cedo se colocou a necessidade da criação do Órgão do Partido Comunista Português. E, volvidos sete meses sobre a fundação, foi dado à estampa “O Comunista”, em 16 de Outubro de 1921, ao qual sucederia, o «Avante!» em Fevereiro de 1931.
A sua primeira sede foi na Rua Arco do Marquês do Alegrete nº 3 - 2º D.to, em Lisboa, o PCP abriu, ainda em 1921, os Centros Comunistas do Porto, Évora e Beja.
A história do século XX português, em particular durante os 48 anos de luta contra ditadura, confunde-se com a luta pela liberdade e pela democracia em Portugal.
São 89 anos de história e luta pelo futuro. O PCP mantém o vigor da juventude das ideias que podem transformar o Mundo numa sociedade mais justa e livre de opressões, numa sociedade de paz e cooperação entre os povos onde a justiça social e económica seja o paradigma do desenvolvimento humano.
É pela concretização dessa utopia que luto!
Aníbal C. Pires, IN DIÁRIO INSULAR, 03 de Março de 2010, Angra do Heroísmo
1 comentário:
Olá, Aníbal!
“Sofre mais aquele que sempre espera do que aquele que nunca esperou nada?”
Pablo Neruda
Nós e todos aqueles que almejam uma sociedade mais justa, mais igualitária e mais livre de opressões não temos dúvidas quanto à resposta.
Contudo, a luta deve ser ainda mais enérgica, mais frontal, quando se trata de violação dos direitos humanos. É preciso manter sempre presente, todos aqueles que continuam a ser vítimas de tortura, só porque não conluiam com as políticas de certos governos. Como é possível haver "gente" que fica impávida, perante imagens de flagelo que nos chegam de diversos cantos do mundo? É REVOLTANTE e REPULSIVO!
Como dizia Ernesto Che Guevara: “A única coisa em que eu creio é que nós temos que ter a suficiente capacidade de destruir todas as opiniões contrárias baseados em argumentos, ou, se não, deixar que todas as opiniões se expressem. Opiniões que temos que destruir com pancada são opiniões que têm vantagem sobre nós”.
Por isso, é imprescindível e premente dizer não à tortura! TORTURA, NUNCA MAIS!
Um abraço.
margarida
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