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Não sou adepto do Sporting nem me interesso particularmente pelo futebol, também não tenho nenhuma simpatia pelo PSD, mas não me é indiferente o que se passa e pensa num partido que tem aspirações a vir a ser, de novo, poder em Portugal.
Tudo o que vier a dizer neste escrito não tem como objetivo imiscuir-me na vida interna, nem do Sporting, nem do PSD, mas a verdade é que como qualquer outro cidadão fui mediaticamente bombardeado com estes dois eventos e, por mais que tentasse não consegui alhear-me destas importantes realizações, de onde resulta a legitimidade, que outras razões não houvesse, para tecer algumas considerações sobre aspetos destes marcantes acontecimentos para a vida nacional. Não estou a ser irónico, estas duas organizações podem não ser importantes para mim, mas são-no para milhares, pronto vá lá, para milhões de portugueses, e esse facto não é despiciendo.
Não decorrendo do que foi dito recentemente, já tinha esta opinião, preocupa-me que estas duas organizações tenham, no caso do Sporting a liderar, e no caso do PSD um líder cessante, duas personalidades que apresentam claros sintomas de graves patologias do foro psíquico. E se esta opinião vem de longe os discursos deste fim de semana reforçam a ideia que Bruno de Carvalho e Passos Coelho têm uma visão distorcida da realidade que os rodeia. Mas não é tanto os desequilíbrios que um e outro apresentam que me preocupa. Preocupante é a multidão de seguidores que os ouve, que os aplaude, que os continua a endeusar. Talvez seja eu que tenha uma leitura enviesada da realidade que observo, Talvez. Mas tenho esta mania de não ir atrás de rebanhos e de não crer em deuses.
No caso do Sporting o facto mais relevante e espúrio, para além de Bruno de Carvalho continuar a reunir um apoio largamente maioritário dos sportinguistas, foi a decisão de boicote à comunicação social, decisão ancorada no suposto achincalhamento público do Sporting promovido pelos jornais, rádios e televisões. Esta proposta de Bruno de Carvalho já começou a produzir efeitos e o próprio Diretor de Comunicação do clube já alargou o âmbito, Nem nas redes sociais.
Que Bruno de Carvalho não perceba que o seu comportamento e discurso constituem, em si mesmo, o motivo da ridicularização do Sporting, Entende-se. Que não exista numa organização com a tradição e historial do Sporting alguém que seja capaz de por cobro aos dislates de Bruno de Carvalho é muito preocupante. Por outro lado, não perceber que uma organização como o Sporting necessita, numa sociedade mediatizada, como de pão para a boca da comunicação social é, perdoem-me os sportinguistas, uma estupidez.
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Mas aquela inenarrável figura que subiu à tribuna para passar o testemunho a Rui Rio. Esse mesmo, o senhor que dá pelo nome de Passos Coelho e continua com pose de grande estadista. O discurso dessa personalidade merece uma ou duas notas. Primeiro porque insiste que enquanto primeiro-ministro fez um bom trabalho, depois porque ainda não deglutiu os factos que comprovam o contrário, ou melhor assume-se como responsável pelos indicadores sociais e económicos que resultaram, nem mais nem menos, da rutura com as suas opções políticas. Passos Coelho insiste que salvou o país, insiste que as respostas do seu Governo tinham como prioridade as pessoas. Insiste e insiste num processo que já nem sequer é de autoconvencimento, o homem acredita mesmo naquilo, e isso é grave, e isto é preocupante pois, ao que se diz por aí, Passos Coelho vai ser professor no ensino superior, De quê, não sei. Mas uma tão multifacetada personalidade julgar-se-á apta a lecionar o que quer que seja.
Ponta Delgada, 18 de Fevereiro de 2018
Aníbal C. Pires, In Azores Digital, 19 de Fevereiro de 2018
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