terça-feira, 27 de março de 2018

A rota TER/OPO/TER, a deputada Mónica Rocha e o “Caderno de Encargos”

Foto Aníbal C. Pires
A deputada Mónica Rocha, eleita pelo PS no círculo eleitoral da Terceira, veio a terreiro no último plenário da ALRAA, rebatendo as críticas e dúvidas colocadas pela oposição, afirmar que a economia da ilha não tinha sido beliscada pela extinção da rota da SATA que ligava aquela ilha ao Porto.
Face a esta afirmação e não dispondo de dados objetivos para colocar em causa a afirmação da Senhora Deputada terei de aceitar como boa a argumentação que foi utilizada, bem assim como a conclusão que Monica Rocha transmitiu em nome do Grupo Parlamentar do PS.
Sobram-me, contudo, algumas dúvidas quando articulo esta conclusão de Mónica Rocha, com o Anexo II – Operação Aérea Regular Mínima, do “Caderno de Encargos” para a privatização de 49% do capital social da Azores Airlines, onde se pode constatar a obrigatoriedade, dos eventuais interessados, de garantir a ligação TER/OPO/TER durante todo o ano (Verão e Inverno – IATA).
Se não é importante para a ilha Terceira então porque consta das exigências do “Caderno de Encargos”.
Mónica Rocha (imagem retirada da Internet)
Não sei se a deputada Mónica Rocha, o seu Grupo Parlamentar e o Governo Regional foram confrontados com esta questão. Se não foram deveriam ter sido pois, a constar, como consta, do “Caderno de Encargos” não será por acaso. E, digo eu que não sou especialista de nada, a não ser de generalidades, que o fim da rota que não beliscou a economia da ilha Terceira, segundo a deputada do PS, talvez tenha alguma importância para a Terceira e para os terceirenses, ou então o “Caderno de Encargos” não o teria listado como uma obrigatoriedade, ou esta é, apenas, mais uma das incongruências deste espúrio processo.

Tenho evitado falar do Grupo SATA, já fui prejudicado quanto baste pelas minhas intervenções sobre as questões que dizem respeito às políticas e estratégias para esta importante e empresa regional, mas face a esta incompreensível contradição entre o que se diz e o que se faz não resisti e quebrei o silêncio que tinha imposto a mim mesmo. Uma vez quebrado este compromisso comigo mesmo, talvez seja altura de voltar ao tema com a regularidade e profundidade com que o fiz em determinada altura. Motivos não faltam.

Aníbal C. Pires, Ponta Delgada, 26 de Março de 2018

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