quarta-feira, 31 de março de 2010

Esta tarde com Concha Buika

À descoberta da voz e da música de Concha Buika.



Esta tarde tem sido um dos sons que me acompanharam enquanto preparo iniciativas parlamentares sobre a Escola Profissional de Capelas e a actividade "Marítimo-Turistica.

“Cortar o pio”

A preocupação do Grupo Parlamentar do PS Açores pela forma como decorrem os trabalhos parlamentares e pela sua duração tem, obviamente, toda a legitimidade e pertinência mas, digamos que não constitui novidade pois quem segue os trabalhos do plenário, seja o cidadão comum, sejam os funcionários da ALRAA e o pessoal de apoio aos Grupos e Representações Parlamentar, isto claro, para além dos próprios Deputados Regionais há muito perceberam que alguma coisa tem de mudar, mas ao contrário da preocupação do PS Açores, centrada no aumento do tempo de duração do Plenário, há quem pense que o Parlamento Regional face às alterações que se verificaram (Lei Eleitoral e Estatuto Político) necessita de uma reforma global que adeqúe a Orgânica e o Regimento às novas exigências que são colocadas ao principal órgão da autonomia.
Claro que esta posição – a reforma do Parlamento Regional –, por mim, defendida aquando da revisão cirúrgica da Orgânica promovida pelo PS, que objectivamente diminuiu a capacidade de trabalho parlamentar aos partidos com 1 ou 2 deputados, é antagónica à posição e preocupação transmitida pelo deputado Hélder Silva, Líder Parlamentar do PS, ao fim do primeiro dia das Jornadas Parlamentares, realizadas recentemente na ilha do Pico, tendo como pano de fundo a Agricultura.
Ao passo que a preocupação do Grupo Parlamentar do PS tende para uma solução da qual resultará a imposição de tempos para a discussão, para já das Propostas de Resolução, abrindo assim caminho à diminuição dos tempos dos partidos representados apenas por 1 ou 2 deputados, a minha inquietação pelo contrário centra-se na necessidade, como já afirmei, de uma reforma do Parlamento. Reforma da qual terá de resultar o aumento da duração do plenário e mesmo da sua frequência mas, também da valorização do trabalho das Comissões Permanentes e da criação de outras conferindo-lhes, assim, maior especialização.
O PS irá certamente impor a sua maioria absoluta para limitar os tempos de debate importa, porém, saber se o fará sozinho ou se algum dos partidos da oposição parlamentar irá acompanhar esta posição. Não seria de estranhar que o PSD e mesmo o CDS/PP venham a guarnecer a posição do PS, uma vez que o incómodo que tem provocado a pluralidade parlamentar é notório no seio dos partidos do centrão e do seu parceiro de ocasião.
Veremos até onde vai o PS e o “coro das velhas” nesta cruzada que mais não deseja do que acabar com os aborrecimentos causados pelo facto dos plenários terem a tendência para acabar sexta-feira pela noite dentro, aliás outra coisa não seria de esperar com as novas competências legislativas da Região decorrentes da revisão do Estatuto, bem assim como pela reconhecida lufada de ar fresco que a ampla pluralidade representativa trouxe à casa da democracia e da autonomia açoriana.
“Calar o pio” à representatividade em nome da proporcionalidade será sempre uma má e transitória solução mas o PS tem esta tendência genética para os “fatos por medida”, veja-se a solução encontrada para a Escola Profissional de Capelas, denotando um pensamento redutor e sem visão para lá d’hoje ou, mesmo d’ontem, ou seja, sem futuro.
Aníbal C. Pires, IN DIÁRIO INSULAR, 31 de MArço de 2010, Angra do Heroísmo

segunda-feira, 29 de março de 2010

Esta tarde com Lisa Ekdahl

Ontem à noite assisti, em Ponta Delgada, a um espectáculo com Lisa Ekdahl. Valeu! Uma voz de "boneca" que encheu a sala do Teatro Micaelense e a alma de quem ouviu.
A sueca veio acompanhada com três excelentes músicos.



Vale a pena partir à descoberta da música de Lisa Ekdahl

domingo, 28 de março de 2010

Desafios para o Século XXI – Em busca de um paradigma açoriano

Falar no futuro implica um olhar para o passado e para o presente. O que fomos, o que somos e o que queremos ser.
Sem pretender a caracterizar sistematicamente este passado e este presente, atrevo-me a dizer que não podem ser compreendidos sem o 25 de Abril, data fundadora da nossa Democracia, que nos abriu, finalmente, horizontes de progresso e desenvolvimento. Foi Abril que tornou possível a Autonomia política e administrativa para os povos insulares, antiga e justa reivindicação de auto-governo, que a Constituição da República Portuguesa consagrou em 1976. E as transformações que se operaram então nas ilhas não foram apenas formais. As transformações produziram efeitos reais e notórios na vida das pessoas, na estrutura produtiva, na economia. Nas regiões insulares, dotadas de órgãos de governo próprio, estabeleceram-se prioridades para o investimento em função das necessidades regionais, escolheram-se modelos de desenvolvimento diferenciado, adaptados às capacidades e necessidades de cada uma.
Nos Açores a Autonomia constitucional permitiu vencer atrasos seculares e possibilitou transformações sociais, culturais e económicas assinaláveis. Subsistem, claro, alguns desafios por vencer e é sobre eles que aqui deixo a minha opinião.
Transportes, modelo de desenvolvimento e dependência externa são três dos principais desafios que a Região tem para o futuro. Estão interligados e são interdependentes. Sem a satisfação de um não será possível cumprir qualquer dos outros, nem atingir o principal desígnio da Autonomia: o desenvolvimento equilibrado e harmonioso das nossas ilhas.
O nosso modelo de desenvolvimento foi sempre fortemente condicionado, desde logo, pela geografia, a distância aos continentes, a dispersão geográfica, a pequena dimensão demográfica e territorial, mas também pelos condicionalismos impostos pela espaço político e económico onde nos integramos, Portugal, desde sempre, e mais recentemente a União Europeia. Estas condições fizeram com que a economia regional fosse sempre fortemente dependente e influenciada por factores externos e de conjuntura aos quais nunca se contrapôs um padrão de raiz regional. Ou seja, um modelo de desenvolvimento que leve em conta e valorize as nossas potencialidades internas específicas. Sem descurar, obviamente, os contextos onde estamos inseridos, mas com um objectivo claro de nos defendermos melhor das flutuações e crises internacionais, em suma, de nos tornarmos menos permeáveis às conjunturas externas. O que precisamos é, verdadeiramente, de um paradigma açoriano: um modelo de desenvolvimento sustentável social e economicamente justo, ancorado na terra que sendo exígua é pródiga, no mar que nos dá dimensão e na geografia que nos proporciona centralidade na bacia atlântica, quer olhemos para o Ocidente da diáspora, quer para o Sul macaronésio e lusófono.
Um modelo de desenvolvimento com um forte sector produtivo que assegure um mínimo de soberania alimentar, potenciado por uma indústria transformadora que dê qualidade e dimensão aos produtos da terra e do mar, complementado por um sector de serviços que considere as singularidades açorianas como um recurso único e sustentável, porque diferente e fundado nos equilíbrios entre o homem e o ambiente.
Urge a resolução de um desafio incompreensivelmente ainda por solucionar: a criação e implementação de uma estrutura integrada de transportes marítimos e aéreos de mercadorias e passageiros adequado, desde logo, às dinâmicas e necessidades internas, geradas pela actividade económica e que satisfaça o direito à mobilidade e ao não isolamento dos cidadãos, e que por outro lado garanta que a distância aos mercados que nos são periféricos – Europa, Américas e África – não seja mais um factor de constrangimento. Os Açores conferem dimensão atlântica a Portugal e à União Europeia, os Açores não beneficiam directamente das redes viárias e ferroviárias transeuropeias, será nesse quadro e ao abrigo do estatuto da ultraperiferia que a afirmação açoriana tem de ser negociada e consolidada e, os apoios consagrados de forma permanente, como permanentes são os constrangimentos.
A redução da dependência externa assegura-se por via da execução de um modelo como aquele que proponho, com a redução da dependência energética dos combustíveis fosseis e com a garantia de um mínimo de soberania alimentar. Se quanto à questão energética a Região, é justo reconhecê-lo, tem vindo a fazê-lo o mesmo não se poderá dizer da segurança e soberania alimentar.
Num contexto de profunda crise social e económica, ou talvez por isso, é minha convicção que o futuro pode ser encarado com optimismo na Região Autónoma dos Açores se tivermos coragem para romper com modelos económicos e financeiros fracassados.
Aníbal C. Pires, IN Expresso das Nove, Edição Especial, 26 de Março de 2010, Ponta Delgada

sexta-feira, 26 de março de 2010

(Des)Acordo

Foi preciso esperar por uma iniciativa de cidadãos para que um dos principais acordos bilaterais em que Portugal é signatário e os Açores parte directamente interessada, fosse finalmente discutido na Casa da Autonomia – a Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores, isto porque o Governo, esse, preferiu afastar o assunto de qualquer escrutínio ou participação democrática por parte do Parlamento açoriano.
Uma matéria tão relevante como esta é para a Região deveria ser tratada de forma o mais possível coerente, clara e participada mas, infelizmente o que a revisão do novo acordo laboral e o processo da sua negociação nos trouxeram foram perplexidades, silêncios e omissões.
Perplexidades, em primeiro lugar, sobre a atitude do Governo Regional e, nomeadamente, do Secretário Regional da Presidência representante da Região na Comissão Bilateral. Toda a atitude do Governo Regional foi no sentido de tentar envolver o processo negocial e os seus resultados em profundos e espessos nevoeiros. Procurou iludir, silenciar, distorcer e, por todos os meios ao seu alcance, ocultar a sua total incapacidade e inegável falta de vontade política para defender os interesses da Região. Não deixa de ser curioso o facto de os anos em falta nos dados do Governo sobre o valor proposto pelo relatório de actualização da remuneração dos trabalhadores portugueses, nomeadamente 2000, 2001, 2002, 2004 e 2005, corresponderem exactamente aos anos em que o valor dos aumentos salariais seria mais elevado? Será porventura…coincidência. Não me parece, uma vez que o Secretário Regional da Presidência enumerou, no programa “Causa Pública” da RTP Açores, os dados relativos aos anos em referência.
Outras perplexidades há mas… o tempo e o espaço não permitem e passarei aos silêncios e às omissões.
Desde logo, o silêncio que envolveu todo o processo. Nem os trabalhadores, nem a ALRAA, nem qualquer outra entidade pública da Região foram envolvidos, ou sequer ouvidos, sobre a matéria em apreço. Entendo a necessidade de respeitar o sigilo de uma negociação, desta natureza, entre estados soberanos mas já não entendo que se possa partir para esse processo sem qualquer auscultação da vontade açoriana e dos seus órgãos de governo próprio. A isto chama-se governar no limbo e nas costas do povo açoriano.
O que o Governo pretendeu a todo o custo silenciar é que o texto do novo acordo é um mau acordo, um péssimo acordo! Um acordo em que a parte portuguesa faz todas as cedências, enquanto o parceiro negocial obtém todas as vantagens.
É um acordo que, a vir ser ratificado na Assembleia da República, vem legalizar o continuado incumprimento das obrigações por parte das autoridades americanas para com os trabalhadores e pôr uma pedra sobre os milhões de euros que lhes são devidos.
Mas para além das perplexidades e dos silêncios muitas são também as omissões que oneram esta Revisão do Acordo Laboral. Muito ficou abordar, muito ficou por resolver. Muitas oportunidades se perderam. Ficaram por resolver questões como a da conflitualidade laboral ao não estabelecer clara e incontestavelmente a subsidiariedade da Lei Laboral portuguesa.
Numa conjuntura negocial que poderia ter um potencial favorável, devido quer à eleição do Presidente Barack Obama, quer devido à pretensão americana de aí instalar novas valências, em vez de ganhar, perdemos. Perdemos a oportunidade de consagrar uma cota mínima de funcionários portugueses. Desperdiçou-se a possibilidade de pôr sobre a mesa negocial outras questões que interessam aos Açores como por exemplo a iníqua política de repatriamentos por parte dos Estados Unidos.
Nada garantia que fosse possível atingir todos estes objectivos, mas a verdade é que a parte portuguesa nem sequer tentou. E por isso foi derrotada à partida.
Aníbal C. Pires, IN A UNIÃO, 22 de Março de 2010, Angra do Heroísmo

Convite - Lembrete

Caros amigos,
Seria uma honra poder contar com a vossa presença na sessão de lançamento do livro "Imigrantes nos Açores".


É ás 18h, no Auditório dos CTT, a apresentação será feita pelo Professor Doutor Jorge Macaista Malheiros.
Mais informações em http://www.facebook.com/event.php?eid=343670419701

quarta-feira, 24 de março de 2010

O preconceito

Todos os utentes do correio electrónico estão habituados a que as suas caixas de correio sejam inundadas por mensagens de diversa índole e, se algumas são filtradas pelos sistemas de segurança e remetidas para “spam” ou “publicidade não solicitada”, outras há para as quais não existe nenhuma barreira informática que as detenha, entram livremente e, neste caso, a triagem tem de ser feita pelo utilizador quer apagando-os de imediato por não ter tempo para ler tudo o que lhe é remetido, quer sujeitando a sua apreciação ao conteúdo e ao objectivo do remetente.
Há dois dias entrou na minha caixa de correio electrónico, vindo de um remetente conhecido, uma mensagem que consistia numa pequena provocação pois é do domínio público a minha ligação ao movimento associativo imigrante, bem assim como do meu interesse pelas migrações enquanto objecto de estudo e reflexão e o mail versava sobre um julgamento de cidadãos estrangeiros ocorrido no território nacional, o que na opinião do remetente tinha sido exemplar.
O título dado ao mail era sugestivo: “Que grande juíza”. A grandeza da juíza, como pude verificar ao ler o conteúdo, não se relacionava com nenhum atributo físico mas sim com as penas aplicadas a um grupo de cidadãos brasileiros que variaram entre os 12 e os 18 anos de prisão efectiva. Até aqui tudo bem. Os cidadãos cometeram de forma continuada um conjunto de crimes e foram justamente penalizados por isso.
Continuando a ler o mail cedo percebi que admiração e reconhecimento que o remetente do mail demonstrou pela juíza não se cingia sequer à aplicação da pena que resultou do julgamento mas sim, ao juízo de valor que a magistrada emitiu no final do julgamento e ao facto de aos cidadãos estrangeiros ter sido aplicada a pena acessória de expulsão.
(…) Isto não é vir do Brasil, achar que continuamos no Brasil e vamos assaltar (…), terá sido isto que a juíza disse no final da leitura do acórdão e que a par da pena de acessória de expulsão (repatriamento) deixou o remetente tão satisfeito com a juíza, pedindo aos céus e à terra que muitos mais seguissem o seu exemplo.
Pois bem! Julgo que o juízo de valor feito pela magistrada é profundamente xenófobo porque, nem no Brasil todos os brasileiros são desonestos e criminosos, nem os cidadãos brasileiros que vivem em Portugal podem ser confundidos com estes ou outros brasileiros que cometeram ou cometem crimes, sejam eles de que natureza forem. É perigoso e era perfeitamente dispensável a emissão de tal juízo de valor.
Quanto à pena acessória de expulsão lembremo-nos de que a sua aplicação linear nem sempre é uma boa e reconhecida medida, ou será que concordamos com os repatriamentos dos nossos conterrâneos vindos do Canadá e dos Estados Unidos e consideramos que isso não é um problema cuja dimensão social afecta quer os indivíduos quer as sociedades.
As leituras simplistas e aligeiradas nem sempre (nunca) são a melhor forma de entender as diferentes dimensões de um problema.
Aníbal C. Pires, IN DIÁRIO INSULAR, 23 de Março de 2010, Angra do Heroísmo

História única

Hoje publiquei um artigo no Diário Insular sobre um mail que recebi recentemente. A mensagem continha um conteúdo que não sendo ofensivo trazia subjacente uma pequena provocação que tentei de alguma forma desconstruir.
O artigo será aqui publicado ainda hoje mas melhor, muito melhor, que o texto que escrevi é o "Perigo da História Única" que vos deixo aqui.
Também chegou por mail. Em boa hora o Alberto Dutra, querido amigo e colega, "invadiu" a minha caixa de correio electrónico com esta sugestão.
Sei que o tempo se esgota e que tudo o que vai para além de 2 ou 3mn dificilmente é visionado mas, garanto que vale a pena e que de uma forma simples mas incisiva compreendemos melhor o quanto a unilateralidade é fonte de esteriotipos que levam ao preconceito e à discriminação.



Chimamanda Adichie vale a pena saber mais sobre ela e sobre a História do Continente Africano.
Aprender é um acto de libertária rebeldia.

segunda-feira, 22 de março de 2010

O Dia da Saia

A ausência de reconhecimento social da Escola associada à desvalorização pessoal e profissional dos educadores e professores e ao profundo ataque à Escola Pública que tem como finalidade a emergência de um sistema educativo onde a paridade do investimento no sector público e privado se institucionalize, em nome de uma suposta liberdade de escolha e que os sabujos ao serviço do “regime” tanto apregoam, a par das profundas alterações sociais que se têm verificado no país e que, inevitavelmente, foram transportadas para a Escola alterando-lhe profundamente o objecto só poderia ter um resultado. Um mau resultado.
Hoje tudo se pede e exige à Escola Pública e nada se acrescenta! 
Esta é uma realidade que os professores portugueses tão bem conhecem e que a sociedade, devido a acontecimentos recentes começa a interiorizar que algo tem de mudar e, que a Escola e os professores têm de ser devidamente reconhecidos e dignificados, este será o retomar do caminho para que a autoridade lhes seja devolvida estão na génese de muitos dos problemas com que a Escola Pública se confronta.
E é bom que nos vamos convencendo que a Escola não pode, não deve, ir além da sua função. A Escola, não substitui a família, não substitui a sociedade na necessária socialização e formação básica das suas crianças. Quando assim acontece - e de há muito que está a acontecer -, o resultado é o que os profissionais da educação conhecem e com o qual lidam diariamente.
Bem! Tudo isto a propósito do filme de Jean-Paul Lilienfeld, “O Dia da Saia”.


Num momento em que no espaço público regional e nacional a questão da “autoridade do professor” faz notícia e produz apaixonadas discussões deixo aqui a sugestão. Não deixem de ver este magnífico filme.



Se é certo que a turma da professora Sonia Bergerac (Isabelle Adjani) tem particularidades que se prendem com questões da interculturalidade e da inclusão de descendentes de imigrantes na escola e na sociedade que os acolheu (ou aos seus progenitores) e os paradoxos entre a matriz cultural que carregam, quantas vezes traduzidos em comportamentos identitários disfuncionais, e o permanente confronto com a Escola (instituição) à qual, da mesma forma que os autóctones, não reconhecem valor, não deixa de ser menos verdade que este filme transmite, a momentos, uma realidade com a qual a maioria dos professores portugueses se confronta – a indisciplina, o desinteresse e a rejeição.
Se há 3 décadas atrás a passagem pela Escola era uma garantia de emprego e ascensão social a actualidade é bem diferente. Outros paradigmas urgem!

sexta-feira, 19 de março de 2010

PEC – mais do mesmo

O Programa de Estabilidade e Crescimento (PEC) mereceu o apoio do Presidente do Governo Regional dos Açores, assim como mereceu o apoio da direita e do grande capital. Segundo Carlos César o PEC não põe em causa o plano de investimento público na Região e isso é, para o Presidente do Governo Regional, motivo suficiente para lhe dar o seu amparo político. O que Carlos César não disse nem reconheceu foi que as medidas constantes no PEC afectarão os açorianos, na mesma medida que os continentais e madeirenses pois é sobre os trabalhadores, independentemente do sector e do vínculo laboral, que as medidas draconianas anunciadas mais se farão sentir, senão vejamos:
- O PEC prevê que nos próximos quatro anos um em cada dez portugueses em idade activa esteja desempregado – 9,8% em 2010, 9,8% em 2011, 9,5% em 2012 e 9,3% em 2013;
- A perspectiva mais optimista que tem de crescimento económico é o de um valor de 1,7% prevista para o ano de 2013;
- O PEC não inova, pelo contrário agrava velhas e conhecidas receitas, medidas e orientações que tantos sacrifícios, desigualdades e injustiças, têm imposto à maioria do povo português. Quer se viva em Bragança, na Ribeira Brava ou Vila Franca do Campo;
- Um congelamento dos salários reais que se transformará mais desvalorizados e com menos poder de compra;
- A continuação da destruição do emprego no sector público, que inevitavelmente se traduzirá em mais acentuada degradação e encarecimento dos serviços públicos, favorecendo a sua apropriação pelo capital privado;
- Imposição do aumento da idade da reforma na Administração Pública, rompendo o acordo assinado, dos 62,5 para os 65 anos, levando milhares de trabalhadores a antecipar a sua saída para não serem ainda mais penalizados;
- Um programa de privatizações que vai atingir sectores estratégicos eliminando a presença do Estado em empresas estruturantes da economia e do território.
Estes são alguns dos aspectos que o Programa, anacronicamente, designado de Estabilidade e Crescimento, contempla. E a questão é: Será que o PEC não vai afectar negativamente os Açores só porque não estão postos em causa os investimentos públicos programados pelo Governo Regional?
A meu ver não restam dúvidas que sim! O PEC vai afectar o rendimento dos trabalhadores e das famílias, promover a continuada desigualdade social e económica que se tem aprofundado na última década.
O PEC é a rendição absoluta e sem condições aos ditames dos mercados financeiros e ao directório das grandes potências da EU, não há nestas medidas um rasgo de inovação e ruptura com um sistema que há mais de um ano colapsou. Trata-se apenas é tão só da reconfiguração de um modelo falido, ou seja, mais do mesmo.
Aníbal C. Pires, IN EXPRESSO DAS NOVE, 19 de Março de 2010, Ponta Delgada

quarta-feira, 17 de março de 2010

O estado da educação

Este País e esta Região estão a perder a batalha da educação e formação das suas crianças e jovens. As “reformas” que têm sido introduzidas foram antecedidas de uma campanha montada e orquestrada para desvalorizar a função docente. Os modelos de avaliação que privilegiam a hiper-quantificação constituiu-se como o primeiro objectivo e tarefa central de docentes e Escolas. A liberdade e autonomia dos docentes e das Escolas foi substituída pela hiper-regulamentação numa tentativa anti-natura de funcionalizar e padronizar uma actividade profissional que não é funcionalizável e que não pode nem deve ser linearmente padronizada porque desenvolvida em contextos diferenciados e, sobretudo, porque é de pessoas que se trata e não um mero produto comercializável.
A atribuição à Escola de responsabilidades que são em primeira instância da família e da sociedade, a exigência que a Escola seja solução para os graves problemas sociais e económicos que o país atravessa ou, ainda, que a Escola responda às necessidades do “mercado” sabendo-se que as essas necessidades se volatilizam de um dia para o outro, a introdução de metodologias uniformizantes e acríticas, ao invés de dotar as crianças e jovens de ferramentas que lhes permitam acompanhar as mudanças que os ciclos de saber cada vez mais curtos produzem dotando, para isso, os jovens aprendizes de capacidades e conhecimento académico que lhes possibilite, a qualquer momento e em qualquer situação estarem devidamente preparados para enveredarem por percursos profissionais cada vez mais exigentes e sujeitos a alterações constantes.
As alterações que foram introduzidas tiveram como consequência a descredibilização da Escola e dos agentes educativos e, por conseguinte, desmoronou-se todo o reconhecimento público do seu papel social e educativo.
Confundir a Escola com uma organização que persegue objectivos de produção é um erro que pagaremos caro no nosso processo de desenvolvimento. A Escola é uma instituição e, como qualquer instituição, cumpre uma missão. Não persegue objectivos organizacionais e empresariais.
A verdade é que o analfabetismo funcional é dramático e que o ambiente escolar em nada corresponde ao propagandeado sucesso das políticas educativas.
Os educadores e professores vivem o drama da desconstrução do seu tempo de trabalho e da essência da sua profissão e, como se não bastasse, ainda os crucificam atribuindo-nos a responsabilidade pela ineficácia do Sistema Educativo e pela degradação da qualidade do Ensino Público.
As políticas públicas para a educação desvirtuam os princípios constitucionais e a Lei de Bases do Sistema Educativo, adulterando os princípios da unicidade do currículo nacional e promovendo vias diferenciadas de ensino e de diferente dignidade, estigmatizando crianças e promovendo a sua entrada precoce no ensino profissional.
A desvalorização social e profissional dos educadores e professores a que as políticas públicas sujeitam aqueles profissionais, para além de medidas de carácter puramente economicista, trazem subjacente um forte desinvestimento na Escola Pública e a sua desacreditação.
O encerramento de escolas e a concentração de estabelecimentos em unidades orgânicas devem merecer uma avaliação da sua eficácia, considerando os custos sociais (custos indirectos relacionados com a coesão social e territorial) que daí advêm.
Aníbal C. Pires, IN DIÁRIO INSULAR, 17 de MArço de 2010, Angra do Heroísmo

segunda-feira, 15 de março de 2010

Combatente da música e das palavras

Sugestão musical para depois de almoço. A música cabo-verdiana na sua expressão mais popular – a morna – na voz de um dos seus melhores, senão o melhor, intérpretes.

Em memória de Ildo Lobo aqui fica em jeito de homenagem “Nós Morna”.


 
Fica aqui um outro tema interpretado por Ildo Lobo e os Tubarões

domingo, 14 de março de 2010

Cores do tempo

Espreito o dia

Chega a melancolia
Em gradientes de cinzento
O vento incessante
O mar tempestuoso
A chuva persistente
A neblina espessa
Resigno-me



Sei
Que o Sol
Voltará a cobrir de azul
O mar, o céu, a vida
De verde a Primavera
De ardor o Verão
Em rubras paixões

sexta-feira, 12 de março de 2010

Nesta tarde com Tania Libertad

Passo com regularidade (vale a pena) no Tempo das Cerejas e hoje, só hoje, descobri a voz de Tania Libertad.

Neste princípio de tarde fica uma voz encantadora e poderosa da América Latina.



Não deixem de passar no blogue do Vítor Dias e deliciem-se também com a voz de Joanna Newsom.

quinta-feira, 11 de março de 2010

Uma mazurca ao declinar do dia

Tenho estado a ouvir a banda sonora do filme de Hable con Ella”, de Pedro Almodôvar. A banda sonora tem a assinatura de Alberto Iglesias.
Partilho convosco um dos temas desta excelente banda sonora: “Raquel”, do instrumentista e músico cabo-verdiano BAU que serve de base ao "trailer".


O tema que estão a ouvir (Raquel) é uma "mazurca", dança europeia introduzida em Cabo Verde e adaptada pela cultura crioula.

Delírio ou realidade

Alguns responsáveis políticos, em particular os membros do Governo Regional e o seu exército de apaniguados analistas e politólogos, teimam em afirmar que a crise nos Açores é sobretudo de confiança e, por essa razão mais de ordem psicológica do que efectiva. Bem! Não querendo contribuir para os aumento da subjectividade tenho de reafirmar que discordo desta visão, podendo até compreendê-la. Quando olho ao meu redor e analiso os indicadores só posso concluir que objectivamente os efeitos da crise são bem reais e se têm agravado, por muito que se tente afiançar que o problema é mais anímico do que concreto.

E se este agravamento resulta, ainda, do contexto da crise internacional não posso deixar de constatar, também, que para lá dos efeitos de conjuntura a crise tem raízes mais profundas e que os seus efeitos sobre a economia regional e o bem estar social e económico dos cidadãos se relacionam directamente com um modelo de desenvolvimento errado, social e economicamente injusto, reprodutor de desigualdades e fortemente depredador dos recursos naturais e, por conseguinte, insustentável.
O grave e dramático pesadelo do desemprego, da precariedade, dos salários e outras prestações pecuniárias em atraso, das ameaças de despedimento e do lay-off dizem bem quanto à insuficiência e ineficácia das medidas anti-crise postas em prática quer na Região, quer na República e à urgente necessidade de adoptar um paradigma de desenvolvimento devidamente adequado à realidade regional.
Ainda que tardias e insuficientes, as intervenções realizadas pelo Governo Regional na SINAGA e na Verdegolf são positivas, lamento é a inércia do executivo quanto ao que se verifica na unidade fabril da COFACO, no Faial. Que o seu anunciado de encerramento e da consequente deslocalização das trabalhadoras para a fábrica do Pico, não seja alvo de medidas que contrariem a decisão da empresa, afinal há responsabilidades empresariais que decorrem do acesso aos fundos públicos para o financiamento da actividade económica privada.
A intervenção pública e consequente afastamento das administrações privadas das empresas SINAGA e Verdegolf e a sua substituição por administrações públicas comprovam que as teses de matriz neoliberal advogadas por alguns teólogos do mercado da nossa ágora estão esgotadas e falidas pois, como se pode apurar, a simples substituição das administrações constituíram-se, desde logo, como um factor determinante para a tão desejada viabilidade económica das duas empresas.
Quanto ao encerramento da fábrica da COFACO, na ilha do Faial, importa dizer que, por um lado a legitimidade que decorre desta decisão empresarial, na qual o Governo Regional se tem escudado para não intervir, demonstra bem a iniquidade do Código Laboral que está em vigor mas, também, o prejuízo que resulta quando se aplicam linearmente normativos e modelos à realidade insular e arquipelágica açoriana, por outro lado e tendo em consideração os avultados financiamentos públicos que foram afectos à COFACO, nomeadamente às suas instalações no Faial, e os erros de gestão patrimonial e de desinvestimento traduzidos no falta de manutenção e de modernização daquela unidade fabril são fundamento suficiente para que a Região intervenha evitando, assim, o despedimento de dezenas de trabalhadoras e o aumento da fragilidade da economia faialense.
Aníbal C. Pires, IN A UNIÃO, 08 de Março de 2010, Angra do Heroísmo

quarta-feira, 10 de março de 2010

100 anos de luta pela igualdade na vida

No passado dia 8 de Março comemorou-se o 100.º aniversário do Dia Internacional da Mulher. Este texto pretende, desde logo, constituir-se como uma saudação a todas as mulheres independentemente da sua condição mas, com estas palavras ambiciono um pouco mais do que assinalar a efeméride e a apresentação de felicitações a uma minoria sociológica que em Portugal tem direitos iguais perante a Lei mas que perante a vida continua a ser alvo de uma profunda discriminação. Os dados publicados, recentemente, sobre a condição feminina pelo instituto Nacional de Estatística (INE), demonstram que se verificou uma evolução positiva e que se relaciona directamente com as mudanças que a Revolução de Abril de 1974 introduziu na sociedade portuguesa, um dos exemplos podemos encontrá-lo na análise às qualificações académicas: as mulheres representam mais de 50% dos Doutorados das Universidades nacionais; apesar de alguns aspectos positivos subsistem, porém, profundas diferenças entre os géneros e com um claro défice para as mulheres.
São as mulheres as primeiras vítimas do desemprego de da precariedade, são as mulheres que mais são penalizadas com a legislação laboral, são as mulheres que usufruem dos piores salários contrariando, assim, a Constituição e todo o quadro legal que garante a igualdade de género.
E se os avanços e as transformações que se verificaram nos últimos 36 anos são dignos de um registo positivo não posso deixar de exortar as mulheres a continuarem a luta pelos seus sonhos, aspirações e direitos e, sobretudo, que não se conformem com as inevitabilidades. Não tem que ser assim!
A luta travada pelas mulheres ao longo da história da humanidade, em particular nos últimos cem anos, está recheada de vitórias que importa assinalar e comemorar mas, não nos conformemos. Homens e mulheres, lado a lado, devem ir para lá da comemoração desta data e continuar a luta por políticas e práticas que efectivem a igualdade, na Lei e na vida.
Contrastando com o discurso e propaganda oficial que procura projectar uma igualdade e emancipação feminina na base bandeiras que iludem a natureza das verdadeiras discriminações, como aliás é o caso da chamada “Lei da Paridade”, aí está a dura realidade para comprovar que as políticas seguidas nos últimos anos encerram, em si mesmo, factores que, ao invés de favorecer a emancipação, aprofundam as discriminações e injustiças para com as mulheres e que a igualdade na vida ainda se situa num horizonte distante.
A luta das mulheres pelo direito à igualdade é também uma luta dos homens e, se os gestos simbólicos adoptados no dia que anualmente assinala a luta de emancipação das mulheres se comemora revestem um valor que não é despiciente, julgo que os valores que lhe estão associados têm de ser objecto de uma luta e prática diárias.

segunda-feira, 8 de março de 2010

Dia Internacional da Mulher


Nos 100 anos do Dia Internacional da Mulher um poema de António Gedeão.

Calçada de Carriche

Luísa sobe,
sobe a calçada,
sobe e não pode
que vai cansada.
Sobe, Luísa,
Luísa, sobe,
sobe que sobe,
sobe a calçada.
Saiu de casa
de madrugada;
regressa a casa
é já noite fechada.
Na mão grosseira,
de pele queimada,
leva a lancheira
desengonçada.
Anda Luísa,
Luísa sobe,
sobe que sobe,
sobe a calçada.


Luísa é nova,
desenxovalhada,
tem perna gorda,
bem torneada.
Ferve lhe o sangue
de afogueada;
saltam lhe os peitos
na caminhada.
Anda Luísa,
Luísa sobe,
sobe que sobe,
sobe a calçada.


Passam magalas,
rapaziada,
palpam lhe as coxas,
não dá por nada.
Anda Luísa,
Luísa sobe,
sobe que sobe,
sobe a calçada.

Chegou a casa
não disse nada.
Pegou na filha,
deu lhe a mamada;
bebeu a sopa
numa golada;
lavou a loiça,
varreu a escada;
deu jeito à casa
desarranjada;
coseu a roupa
já remendada;
despiu- se à pressa,
desinteressada;
caiu na cama
de uma assentada;
chegou o homem,
viu a deitada;
serviu se dela,
não deu por nada.
Anda Luísa,
Luísa sobe,
sobe que sobe,
sobe a calçada.

Na manhã débil
sem alvorada,
salta da cama,
desembestada;
puxa da filha,
dá lhe a mamada;
veste se à pressa,
desengonçada;
anda, ciranda,
desaustinada;
range o soalho
a cada passada;
salta para a rua,
corre açodada,
galga o passeio,
desce a calçada,
chega à oficina
à hora marcada,
puxa que puxa,
larga que larga,
toca a sineta
na hora aprazada,
corre à cantina
volta à toada,
puxa que puxa,
larga que larga,
puxa que puxa,
Regressa a casa
é já noite fechada.
Luísa arqueija
pela calçada.
Anda Luísa,
Luísa sobe,
sobe que sobe,
sobe a calçada,
sobe que sobe,
sobe a calçada,
sobe que sobe,
sobe a calçada.
Anda Luísa,
Luísa sobe,
sobe que sobe,
sobe a calçada.

sábado, 6 de março de 2010

Tomar partido

Um poema de Ary dos Santos dedicado ao seu partido .

89 anos de história e luta... pelo futuro


No período de grave crise social e económica que se seguiu à Primeira Guerra Mundial (1914-1918) os trabalhadores portugueses encetaram uma vaga de lutas reivindicativas face ao agravamento das condições de vida caracterizada pelo aumento dos preços e do desemprego. No auge desse movimento de luta foi conseguida uma histórica vitória: a jornada de 8 horas de trabalho. Triunfo posto em causa já no século XXI pelo Código Laboral que se encontra em vigor e resultado da política de direita que o PS de José Sócrates tem protagonizado.
Em Setembro de 1919, as organizações sindicais deram um novo passo para o reforço da sua unidade de acção, criando a CGT – Confederação Geral do Trabalho, que rapidamente reuniria 100 000 membros.
A partir de Novembro de 1920, realizaram-se várias reuniões nas sedes de alguns sindicatos, com o intuito de se construir uma vanguarda revolucionária da classe operária portuguesa. No mês seguinte, reuniu-se uma Comissão Organizadora dos trabalhos para a criação do Partido Comunista Português, que iniciou, em Janeiro de 1921, a elaboração das bases orgânicas da nova formação política.
A 6 de Março de 1921, na sede da Associação dos Empregados de Escritório, em Lisboa, realiza-se a Assembleia que criou o Partido Comunista Português e elegeu a sua primeira Direcção política.
De modo diverso ao que ocorrera na generalidade dos países europeus, o Partido Comunista Português não se formou a partir de uma cisão no Partido Socialista, mas ergueu-se, essencialmente, com militantes saídos das fileiras do sindicalismo revolucionário e do anarco-sindicalismo.
É nesta fase embrionária da vida orgânica dos comunistas que cedo se colocou a necessidade da criação do Órgão do Partido Comunista Português. E, volvidos sete meses sobre a fundação, foi dado à estampa “O Comunista”, em 16 de Outubro de 1921, ao qual sucederia, o «Avante!» em Fevereiro de 1931.
A sua primeira sede foi na Rua Arco do Marquês do Alegrete nº 3 - 2º D.to, em Lisboa, o PCP abriu, ainda em 1921, os Centros Comunistas do Porto, Évora e Beja.
A história do século XX português, em particular durante os 48 anos de luta contra ditadura, confunde-se com a luta pela liberdade e pela democracia em Portugal.
São 89 anos de história e luta pelo futuro. O PCP mantém o vigor da juventude das ideias que podem transformar o Mundo numa sociedade mais justa e livre de opressões, numa sociedade de paz e cooperação entre os povos onde a justiça social e económica seja o paradigma do desenvolvimento humano.
É pela concretização dessa utopia que luto!

Aníbal C. Pires, IN DIÁRIO INSULAR, 03 de Março de 2010, Angra do Heroísmo

sexta-feira, 5 de março de 2010

À tarde com Janis Joplin

Mais um rebelde no "momentos" neste caso uma rebelde branca com voz negra.
Aqui e aqui podem aceder a alguma informação sobre Janis Joplin.


Outros rebeldes por aqui passaram e continuarão a passar.

quinta-feira, 4 de março de 2010

Fim de tarde com os Doors

Ao cair da tarde com Jim Morrison e os Doors.
Música que marcou um tempo e que faz parte do imaginário e contribuiu para a formação musical, social e mesmo política de uma geração.
Os sons dos Doors e as palavras de Jim Morrison continuam por aí... perduram para além do tempo.
Revejam-nos ou descubram-nos!

quarta-feira, 3 de março de 2010

"Imigrantes nos Açores"


Ficam desde já convidados para a sessão de lançamento do livro "Imigrantes nos Açores".

Voltarei ao assunto com mais informação.

O “green” secou

Ao que parece o pilar da estratégia de desenvolvimento do sector turístico na Região ameaça ruir, isto se é que não ruiu já, ou se é que alguma vez chegou a ser sustentáculo do que quer que seja. Cá por mim continuo a achar que esta coluna dorsal de desenvolvimento do turismo regional nunca passou das intenções e dos devaneios megalómanos de quem se limita a fazer “copy/past” de modelos desenhados para outras geografias.
Passados que são alguns anos e muitos milhões de euros o golfe em S. Miguel vê-se a braços com enormes dificuldades e a Região lá vai em seu socorro. A intervenção na empresa que detêm os Campos de Golfe da Batalha e das Furnas anunciada recentemente pelo Governo Regional tem alguns aspectos que não posso deixar de saudar: a garantia dos postos de trabalho e dos salários dos trabalhadores e, por fim, dar alguma utilidade à Sociedade Ilhas de Valor, SA.
Segundo o Governo Regional esta é uma medida inovadora. Não percebi muito bem onde está a novidade no processo de assunção pública dos prejuízos e na devolução ao sector privado quando a “crise” passar. Ainda que a intervenção anunciada por Sérgio Ávila, Vice-presidente do Governo Regional, possa ter alguns contornos que a diferenciam de outras que tiveram lugar na Região e no País a verdade é que, uma vez mais, se trata da aplicação de um princípio que nos últimos meses tem sido recorrente – nacionalizar o prejuízo para mais tarde reprivatizar o lucro.
Das justificações dadas por Sérgio Ávila para sustentar a decisão do Governo lá vieram os estafados argumentos da crise e da comparação com outras regiões e países. Sem querer minimizar a crise mundial e os efeitos que ela produz penso que os problemas que afectam o sector do turismo e neste particular o golfe, se situam a montante da crise.
A diversificação da actividade económica e a aposta estratégica no turismo é em si mesmo uma iniciativa merecedora de apoio mas, como tudo o que tem a ver com o desenvolvimento regional e a utilização dos dinheiros públicos, sujeita a alguns princípios e condicionalismos.
A opção por um modelo de desenvolvimento turístico ancorado no jogo de casino e no golfe associado a unidades hoteleiras de grande dimensão e a sua aplicação linear numa região insular e arquipelágica situada nesta zona do Atlântico Norte que, como sabemos, está fortemente condicionada por factores meteorológicos de grande instabilidade, sempre me suscitou muitas dúvidas e críticas e, por esse motivo continuo a ter as mais sérias reservas em relação aos investimentos previstos para a construção de mais infra-estruturas para a prática de golfe.
Os Açores têm um natural potencial turístico fundado nas suas singularidades geográficas, climáticas e patrimoniais as quais se devem constituir como o princípio a que deve obedecer todo o planeamento para este sector, os condicionalismos a que atrás me referi decorrem da preservação do que nos torna diferentes e por isso capazes de competir com outros destinos turísticos. Neste sector, como noutros, a afirmação do produto Açores terá ser feita pela excelência e pela singularidade e não pela importação de modelos desenhados para outras latitudes e longitudes.

De ressaca

Na ressaca das comemorações e depois da profusão de posts que marcaram a comemoração do 2.º aniversário do “momentos” o regresso à normalidade. Se é que há alguma rotina e regularidade na gestão de este instrumento de comunicação, reflexão e partilha.

terça-feira, 2 de março de 2010

Final

Para encerrar este dia de aniversário do “momentos” fica um excerto do filme “Les uns et les autres”.
O visionamento não é aconselhado às pessoas impacientes e que passam pela vida com pressa esperando que o tempo passe.


Obrigado a todos os visitantes ocasionais e aos outros. Os que por aqui passam a todos os momentos.
Bem hajam os que dispõem de tempo e lhe dão utilidade enquanto passam pela vida e não esperam… agem.

Agora com Brandi Carlile

Neste fim de tarde a ouvir Brandi Carlile enquanto encerro o dia político e preparo uma Conferência de Imprensa para amanhã às 11h.



Conto regressar aqui para encerrar o 2.º aniversário do "momentos".

Pormenores

O almoço, tendo sido agradável, não foi à mesa com a Nigella.

Feijoada de marisco na companhia do deputado Paulo Estêvão do PPM com quem irei jantar para comemorar o segundo aniversário do “momentos”.
Quem acompanha a vida política nos Açores e me conhece dirá que os almoços e jantares com o deputado Paulo Estêvão não são nenhuma novidade. E assim é. Somos amigos de longa data e cultivamos essa amizade apesar das profundas diferenças políticas que nos colocam em campos opostos.
Esta referência feita em dia de aniversário do “momentos” tem, todavia, um valor simbólico que não posso deixar de referir.
Faz hoje dois anos também jantei com o Paulo Estêvão e foi entre as entradas e o café da saída que o desafio para entrar na blogosfera me foi feito.
O desafio foi aceite e aqui está o “momentos” que ao fim de 2 anos, sem estar agregado ao Planeta Açores (houve um desentendimento), tem até à data 16582 visits, 28496 page views e este é o post n.º 379.

À mesa com Nigella

Depois da arruada dos Blackfire e dos Toca a Rufar vem a boa comida.
Agora que está a chegar a hora do almoço fica a referência a uma mulher que sendo uma excelente comunicadora é, também, uma admirável cozinheira. Prefiro esta designação à de “chef de cuisine” e julgo que no caso vertente lhe assenta melhor a designação.

Nigella Lawson carrega de sensualidade a arte de cozinhar.
Fala com volúpia dos alimentos e saboreia-os com um indisfarçável deleite.


Descobri-a um destes dias na SIC Mulher e não descolei os sentidos.
O blog E Deus Criou a Mulher já lhe dedicou algumas fotos que podem ser contempladas aqui.

Para já

Hoje é dia de aniversário do "momentos" para já ficam dois vídeos de percursão para iniciar a festa.
Depois se verá.

O primeiro é de um grupo dos Estados Unidos, ao que julgo, do bairro de Brooklyn, Nova Iorque.
O segundo é nacional são os admiráveis "Toca  a Rufar".




Durante o dia haverá mais!

2 anos na blogosfera

O "momentos" completa hoje 2 anos de existência.
Espero durante o dia dispor de tempo para postar alguns dados e prazeres desta aventura internauta.

segunda-feira, 1 de março de 2010

Com Março a tragédia

Quando coloquei o último post celebrando com a canção “Águas de Março” a chegada deste mês que nos traz a Primavera e fecha o Inverno não poderia imaginar que a tragédia se ia abater, uma vez mais, sobre este povo ilhéu.

Pela manhã o mau tempo que fustigou os Açores, em particular os grupos Central e Oriental, causou morte no concelho do Nordeste, Ilha de S. Miguel.
Aqui e aqui podem aceder a informação sobre o sucedido.

Março chegou

A abrir o mês em que chega a Primavera ficam aqui as "Águas de Março" que nestas latitudes fecham o Inverno.
Uma interpretação magistral de Tom Jobim e Elis Regina.